Foto: Valter Campanato / ABr
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, o deputado Virgílio Guimarães e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na CPI da Dívida Pública, na Câmara. (Foto: Valter Campanato / ABr)
Os juros cobrados dos consumidores pelos bancos e financeiras ainda são muito elevados, segundo avaliação feita nesta quarta-feira (14) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Juntamente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ele participa de audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública, no Congresso Nacional.
"Para o consumidor brasileiro, os juros são muito elevados. Os spreads [diferença entre a taxa de captação dos bancos e os valores cobrados de seus clientes] são muito altos. Falta concorrência no setor financeiro, que é oligopolizado. Mas está sendo estimulado pelos bancos públicos. Gracas a eles [bancos públicos], há mais competitividade. Mas está aquém do que gostaríamos", disse Mantega a parlamentares.
Crescimento econômico
O ministro disse ainda que o Brasil é um dos países que mais vai crescer em 2010. Segundo ele, a taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país ficará acima de 5% neste ano.
"Hoje, estamos na rota do desenvolvimento. Em 2010, será um dos países que mais cresce no mundo. Mais de 5%. China e Índia são outros paises que vão crescer mais de 5%", disse ele.
Mantega disse ainda que, além do crescimento ser mais forte, ele também gera "muitos empregos". "É o divisor de águas em relação à política econômica do passado. Um modelo que estimula um crescimento maior, com mais investimentos e geração de emprego. Há um circulo virtuoso de crescimento que pode ser visto a olho nu", declarou.
Sem subordinação
O ministro da Fazenda acrescentou que o Brasil não é mais um país que esteja "subordinado" ao Fundo Monetário Internacional (FMI), assim como também não é mais "subdesenvolvido".
"É um equívoco dizer que o FMI continua ditando regras aqui. Quando colocamos o IOF sobre o capital de curto prazo, o FMI saiu dizendo que era positivo, que os países poderiam fazer controles de capitais. Deveria ter sido feito há 50 anos atrás, mas não era possível fazê-lo. Não estamos subordinados ao FMI, como temos um papel destacado no G20, que é mais importante do que o FMI", afirmou.
Lei de Responsabilidade Fiscal
Mantega também se disse contrário a qualquer alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impõe limites para o endividamento, e gastos, dos estados e municípios brasileiros. A LRF foi instituída em 2000, durante governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Sou contrário ao projeto que tramita no Senado de flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal. Temos de manter a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se abrir um pouquinho a porta, ela poderá ser escancarada e aí vai para o vinagre. Sou contra qualquer mudança, mesmo quando há argumentos", disse ele.